sexta-feira, junho 30, 2006

A COVARDIA DA CLASSE MÉDIA
VAI GARANTIR A REELEIÇÃO

Em março de 1964, diante da multidão de operários que acorreu ao comício da Central do Brasil, a classe média – apavorada com a “ameaça comunista” representada pelas Reformas de Base, inclusive a agrária – resolveu engrossar as manifestações da direita e fornecer o pretexto necessário aos golpistas, que fracassaram em 61, para derrubar o Presidente João Goulart, que assumira após a renúncia de Jânio Quadros. Nos anos 80, quando a classe media se tornou alvo preferido da Ditadura, com a caçada, tortura e morte de filhos de ilustres famílias, seus mais destacados representantes engrossaram a campanha das “DIRETAS JÁ”. Em 1992, depois que virou pó o dinheiro do “caixa dois” - (só numa agência bancária de Caxias, uma conhecida figura da cidade tinha 5 contas, com CPFs falsos) em virtude do congelamento decretado pelo Governo Collor, a classe média voltou ás passeatas, com caras pintadas e tudo, exigindo o impeachment do Presidente. Agora, depois de mais de um ano de escândalos, temos a denúncia do Ministério Público Federal contra 40 ex-integrantes do Governo Lula, liderados pelo ex-todo poderoso Ministro da Casa Civil, José Dirceu, e pelo Ministro da Fazenda, Antonio Palocci, acusados por diversos crimes, inclusive formação de quadrilha. Pois essa mesma classe média foge ao debate político e à sua posição de “formadora de opinião” para aproveita o dólar barato e as milhagens da Varig (em processo acelerado de falência) para “fazer umas comprinhas” em Miami e Nova York, com uma esticadinha até a Alemanha para ver a trupe de Parreira. Enquanto isso, o MST e o MLST destroem laboratórios de pesquisas, matam os “dissidentes” do Movimento e invadem e depredam o Congresso. Quem leu a história da Alemanha nos anos 20 e 30 viu que o surgimento do nazismo foi decorrente de um simples quebra-quebra numa cervejaria de Munique. A partir daí, os seguidores de Hitler derrubaram a República de Weimar e incendiaram o Mundo. Entre eles estavam arruaceiros que se diziam “líderes da raça ariana”. Em pouco tempo, eles dominaram a Europa e parte da Ásia e da África, provocando, entre outras coisas, o Holocausto. Por aqui, o dólar baratp está acabando com a lavoura de arroz, milho e feijão. Hoje, esses produtos estão mais baratos no supermercado da esquina do que nas zonas produtoras, pois os atacadistas também aproveitam a queda na cotação do dólar para comprar, sem impostos, no Uruguai, Paraguai (inclusive contrabando “Made in China”) e Argentina. O próprio Ministro da Agricultura, que acaba de pedir demissão, já advertiu que a safra de grãos em 2007 será bem menor, em decorrência da queda dos preços e da descapitalização dos produtores, que ainda enfrentam secas prolongadas e chuvas torrenciais. Ao contrário do que afirmava o Rei Luiz XV, da França (“Depois de mim, o dilúvio”), depois do Governo Lula teremos apenas a fome e o desmantelamento da nossa agricultura, mas o brioche da classe média estará garantido pelos recursos não contabilizados na atual campanha eleitoral, que, certamente, estarão aplicados nos bancos, com juros da Taxa SELIC. Até quando?

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