sábado, fevereiro 11, 2006

BAIXADA URGENTE

■ Em depoimento à Policia Federal, no Rio de Janeiro, sexta-feira (10), o Sr. Dimas Toledo, ex-diretor de Furnas Centrais Elétricas, negou a autoria e a autenticidade de uma suposta “Lista de Furnas”, onde estariam relacionados mais de 150 políticos do PSDB, PFL e PMDB, que teriam recebido dinheiro de um “Caixa 2” da Empresa durante a campanha eleitoral de 2002, embora o deputado cassado Roberto Jefferson tenha confessado haver recebido R$ 75 mil da estatal.

■ O aparecimento dessa lista coincide com as denúncias de um “acordão”, pelo qual todos os deputados, denunciados pelo Conselho de Ética por envolvimento com o “valerioduto”, seriam absolvidos. Seria mais uma tentativa de calar a oposição e encerrar os trabalhos das CPIs dos Correios e dos Bingos, que tanta dor de cabeça tem dado ao Governo Lula.

■ Não é a primeira vez que surge um documento apócrifo, jogado para a opinião pública como verdadeiro, para tumultuar o ambiente político. No Governo FHC teve o “Dossiê Cayman”, pelo qual o ex-governador Paulo Maluf teria pagado US$ 1 milhão, com o objetivo de envolver o Presidente da República e o então Ministro José Serra com a abertura de contas secretas naquele paraíso fiscal do Caribe.

■ A idéia original de um dossiê comprometedor surgiu, porém, na história política do Brasil em 1954, quando o jornalista Carlos Lacerda, inimigo visceral de Juscelino Kubitschek, publicou uma carta, atribuído ao deputado argentino Antonio Jesus Brandi, segundo a qual havia um acordo secreto entre o então Ministro do Trabalho, João Goulart e vice de JK, e o ditador portenho Juan Domingo Perón para a implantação de uma República Sindicalista no Brasil. A suposta carta, que a perícia constatou ser falsa, denunciava, também, um intenso contrabando de armas da Argentina para o Brasil.

■ Pelo visto, ao contrário da célebre “Lista de Schindler”, que existiu durante a II Guerra Mundial e valeu um filme do premiado Steven Spilberg, a “Lista de Furnas” foi uma tentativa fracassada de encurralar o PSDB e o PFL. Num debate esta semana na Rede Vida, de TV, o advogado Aloísio Nunes Ferreira, ex-Ministro da Justiça e atual Secretário de Governo do prefeito José Serra, reafirmou que a lista não passa de mais uma tentativa do Governo Lula de tentar “jogar lama no ventilador”. Supostamente feita em 2002, a tal “lista” fala de “dinheiro não contabilizado”, expressão que só seria usada pelo PT em 2005 para tentar justificar o uso dos milhões do valerioduto, que não foram contabilizados na campanha do partido de Lula.

■ No Governo Marcello Alencar, a Cedae instalou uma adutora ligando os reservatórios do Jardim 25 de Agosto, que só foram inaugurados no final do ano passado, ao parque gráfico de O Globo, na Rodovia Washington Luis, no bairro da Chacrinha. A Light também instalou uma nova rede, ligando a subestação abaixadora, localizada ao lado do Hospital Infantil, ao parque gráfico. Foram medidas para atender ao grande consumo de água e energia elétrica esperado com a inauguração do parque gráfico do tradicional jornal carioca.

■ O que ninguém poderia esperar é que haveria um entra-e-sai de carros-pipas no Centro Empresarial Washington Luis, ao lado do parque gráfico, como vem ocorrendo nas últimas semanas. Nesse luxuoso complexo de escritórios funcionam diversas empresas, inclusive a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Município, local muito procurador por empresários que querem investir em Duque de Caxias, a segunda potência econômica do Estado do Rio.

■ Dá para imaginar como se sentem os investidores ao perceberem que um dos mais graves problemas do Município continua sendo o abastecimento de água, apesar dos milhões de dólares, emprestados pelo BID do Japão e investidos pela CEDAE nos últimos 11 anos num nebuloso Programa de Despoluição da Baía de Guanabara. A estação de tratamento de esgotos do sistema Pavuna-Meriti, que deveria receber esgotos da área da Leopoldina e de Duque de Caxias, continua funcionando precariamente, a exemplo do que ocorre com a Estação Alegria, junto ao Fundão.

Nenhum comentário: